domingo, 3 de fevereiro de 2013

incêndios

A verdade, por muito que nos custe,
é que nunca houve ninguém
por detrás da janela
do ponto mais alto da montanha.

Se é que podemos falar
de montanha, da janela onde
por vezes chegavam,
os sinos indolentes do amor,
na sua claríssima estranheza.


E as coisas que nos matam,
incendeiam-se,
cansadas de esperar por outro dia.

*
Manuel de Freitas 

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