domingo, 15 de abril de 2012

domingo.

"
"Bebido o luar, ébrios de horizontes, 
 Julgamos que viver era abraçar 
 O rumor dos pinhais, 
o azul dos montes 
 E todos os jardins verdes do mar. 

 Mas solitários somos e passamos, 
 Não são nossos os frutos nem as flores, 
 O céu e o mar apagam-se exteriores
 E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

 Porquê jardins que nós não colheremos,
 límpidos nas auroras a nascer, 
 Porquê o céu e o mar se não seremos nunca os deuses capazes de os viver." 

 * Sophia de Mello Breyner Andresen

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